A arte nos dá uma ótima oportunidade de olharmos para dentro. Ao subirmos no palco representamos um papel que no fundo representa a nós mesmos. Falamos a respeito de algo que nós toca fundo, e para trazermos esta personagem devemos procurar bem fundo. Mexer naquilo que escondemos do mundo, escancarar nossos defeitos. E por fim, depois de encarar nossos eus agradecemos por essa grande oportunidade.
Somos obrigados a nós concentrar nesse trabalho de conceguir a nota perfeita. Temos que nos digladiar o tempo todo com nossos eus para encontrarmos a perfeição que a Arte exige. Superar o cançasso, encontrar meios, adaptar nosso físico e mental para alcançar a maestria que a Arte exige.
E depois de todo o trabalho pronto, depois da emoção, da dor, muitas vezes física, de dar à luz a obra, olhamos para ela e não nos satisfaz. Precisava de um pouco mais de sangue, precisava de um pouco mais de coração, mais alma, mais vida. E assim começamos todo o trabalho novamente.
A Arte é extremamente exigente, assim como tudo que é sério e sagrado. Seu presente é nos tornar mais humanos, mais reais, mais dignos.
Bentitos os que conseguem fazer da Arte sua profissão, como um sacerdócio. Viver em um diário refazer-se, descobrir-se, desprender-se, entregar-se.
Nenhum comentário:
Postar um comentário